terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Carta nº 38


Oi mãe, como é que a senhora está? Eu to aqui, como sempre, morrendo de saudade da senhora e achando cada dia mais e mais que eu devia ter ido no seu lugar. Assim toda a família estaria como antes, unida!

Muita coisa mudou e lógico que a senhora sabe. Agora, deram pra me esconder as coisas de mim e não me pedem desculpas pelas coisas que escondem, eu não quero isso, nao quero pessoas apensa pra pagar contas, eu quero pessoas ao meu redor que tbm me de carinho, do jeito que for, aos trancos e barrancos mas dê.

Talvez minha estadia aqui já esteja com o prazo de validade vencido. Acho que eu preciso me tocar disso.

Bom me tocar eu me toco, mas aqui é minha casa, ai eu penso: pq eu devo sair?

Ah mãe, sinto muito sua falta, cada dia mais um pouco, e sempre mais. Queria mesmo poder voltar no tempo e não ter deixado a senhora ir pro hospital aquele dia.

Do mais, se a senhora estivesse aqui a senhora estaria com sua neta no colo. A Julia nasceu mãe. É linda, é uma princesinha, eu brinco que ela é minha libélula esvoaçante!

Acho que a senhora ia estar muito feliz do lado da Julia, do lado da filha do seu filho, o filho que a senhora tanto amava, tanto queria bem, a senhora fazia de tudo por ele, e ele sente sua falta mãe. Com eu sinto, nós sentimos. Às vezes só me pergunto se todo mundo ainda sente.

Olhe mãe, não importa o que aconteça, eu preciso apenas que a senhora saiba que EU TE AMO MUITO MAIS HOJE DO QUE EU PUDE OU CONSEGUI TE AMAR ONTEM!!!