domingo, 11 de março de 2012

Carta 45 - (6 meses ao lado de alguem que eu amo)


Mãe, quero de te contar uma história, como se a senhora não soubesse, e como se não tivesse seu dedo nisso tudo, mas quero contar do meu jeito.
Foi assim: 6 meses atrás um cara que eu conhecia, nao bem, mas o conhecia, até porque meu tio é primo de tão tão distante dele..rs, me chamou no facebook e me perguntou: E daí Nani...como foi em Barcelona. Eu li aquilo e pensei: Ai tem! Nunca fala comigo, a não ser nas raras vezes que nos cruzamos (devo confessar que não foram encontros maravilhosos, mas inesquecíveis sempre pela marcante atuação e presença dele..rs), Então por mais alguns instantes de segundos eu pensei em responder: Barcelona foi bom e está como você a deixou...rs. (quanta grosseria..rs) Mas não foi isso que fiz, eu estendi a conversa, isso era 5 de setembro de 2011.  Por educação eu perguntei a ele quando ele viria ver o pessoal, a família dele, a resposta foi algo como: nem sei! Rsrsrs, por educação, acredito eu, ele fez o mesmo, me convidou pra ir pra casa dele algum dia. Bom, pedido negado..rs.
Conversa vai e conversa vem e ele novamente pergunta sobre Barcelona, queria saber que se continuava linda, e se Barceloneta também, pra quem não sabe, Barceloneta é a praia central e badalada de Barcelona. Meu pensamento anterior ainda era o mesmo, a vontade de responder que tudo estava como ele havia deixado ainda era grande..rs..mas respondi que tudo estava lindo, leve e solto, até porque em Barceloneta muitas coisas são bem soltas! Logo depois eu falei das minhas intenções em conhecer Paris, e ele já havia ido, me disse o quanto a cidade é linda e romântica mas, que quando foi lá estava com um amigo e o certo é ir a Paris com uma mulher ao lado e não um homem...aaaaaah bom, eu estava entendendo melhor as coisas..rs
Então ele quis saber do meu ex namorado, que ele conhecia, e eu contei a minha situação, pronto, acho que era o que ele precisava saber. Bom, depois eu disse que eu queria ir a Buenos Aires, ele me disse que é um bom lugar pra se conhecer, que ele não conhecia e disse: vamos, to dentro.
Como assim? Eu não o tinha convidado até então...rsrsrs, mas eu disse que eu falava sério e que queria mesmo ir, a resposta foi: marca a data e a gente vai! Eu fiquei de avisar a data, mas, até hoje, nunca avisei.
Três dias depois, la estava ele de novo, me chamando no Face e perguntando como tinha sido meus dias. Logo eu disse que eu precisava sair do Face, até porque eu estava no trabalho e ele me pediu meu msn. Bom, no dia 11 de setembro, 6 dias depois do nosso primeiro oi no Face, ele me pediu pra ficar com ele, pra estar com ele, pra namorar, pra termos uma história juntos, de uma forma meio disfarçada, claro, e que fosse assim seja la o tempo que isso fosse durar. Eu aceitei. Que loucura. Eu acho que entre uma conversa e outra eu dei em cima dele..rs..mesmo sem saber que fazia isso.
Sabe a melhor coisa que aconteceu foi eu nunca ter dito: Barcelona está como você a deixou. Eu estava amando, apaixonada, encantada por alguém que eu nunca tinha beijado, ou trocado olhar de um jeito diferente. Eu não precisei de nenhum artifício de sedução pra fazer ele se encantar comigo, não precisei dar uma de mulher fatal pra conseguir ele, eu só conversei, ou melhor, teclei. E ele, a mesma coisa.
Hoje, 11 de março de 2012 estamos completando 6 meses de namoro, 6 meses ao lado de uma pessoa que não me completa, mas que soma e isso é muito melhor que completar. Arnaldo Jabor disse em uma crônica que existe gente que precisa da ausência para querer a presença. O ser humano não é absoluto. Ele titubeia, tem dúvidas e medos, mas se a pessoa realmente gostar, ela volta. Nada de drama.
Há seis meses enfrentamos quilômetros de estrada a cada 15 dias para nos vermos, a gente sempre volta, volta porque a ausência que causamos um na vida do outro nos faz querer a presença de uma forma enorme. Nem sempre as coisas são como eu ou ele gostaríamos que fosse e ser adulto não é nada fácil. Fazer escolhas, lidar com elas, tentar acertar, errar e refazer, não saber, querer e não poder, poder e não ter, tudo é tão complicado e deveria ser mais simples, apenas deveria, pois não é.
Estar ao lado de quem se ama nunca é tão simples. A gente aprende todos os dias que amar dói. Claro que dói. A saudade machuca, incomoda, estar longe de quem quer se estar perto provoca um vazio, nos deixa em estado de agonia, ansiedade, às vezes parece que não vamos agüentar, mas a gente agüenta mesmo quando parece que vai demorar tanto pra conseguir finalmente, ficarmos juntos um do outro.
Ai quando não da mais pra agüentar calado, sem pressão, sem angustia, se chora. Na presença e na ausência, apenas chora. Como eu chorei hoje, na presença dele e depois muito mais na ausência. Quando alguém que a gente ama se vai, independente da forma que vai, e nos deixa, o sentimento é o mesmo de quando perdemos algo importante demais pra mensurar o tamanho. Parece que foi levado com essa pessoa um pedaço de nós. Que nem fala na música do Claudinho e Bochecha: ...retomar o pedaço que falta no meu coração...(Fico assim sem você). Ou seja, cada vez que alguém se vai, leva uma parte do nosso coração. Eu já disse isso antes.
Bom, é isso mãe, era isso que eu tinha pra te contar, daqui uns meses faremos 5 anos uma longe da outra, as vezes acho que a senhora ta na ilha de lost..rs..é bom imaginar assim, e hoje, como eu já disse, faço 6 meses de namoro, 6 meses de vida ao lado de alguém que eu amo, que eu quero bem, que quero pra chamar de meu marido, de pai dos meus filhos, de meu homem, meu amor, meu amigo.


Gostou mãe? Lógico que gostou, eu te conheço..rs.
Mãe não posso acabar essa carta sem te dizer que eu te amo muito mais hoje do que te amei ontem mas muito menos do que eu sei que te amarei amanha. E o mesmo agora vale pro Murilo.